A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é uma perturbação do Neurodesenvolvimento que tipicamente se manifesta cedo no desenvolvimento e é caraterizada por défices persistentes na comunicação e interação social e a presença de comportamentos, interesses ou atividades restritos e repetitivos.

Embora os sintomas estejam presentes desde cedo, em muitos casos, apenas são valorizados quando surgem dificuldades na aquisição da linguagem ou quando outras capacidades não se desenvolvem no tempo esperado.

A prevalência desta perturbação tem vindo a aumentar, sendo que os dados mais atuais apontam para uma prevalência internacional de 1 em cada 68 crianças em idade escolar.

É uma perturbação frequente e, em Portugal, estima-se que exista aproximadamente 1 criança em cada 1000 em idade escolar.

O diagnóstico precoce assume uma importância inquestionável, na medida em que quanto mais cedo forem detetadas as alterações melhor será o prognóstico em termos de aprendizagem linguística, social, adaptativa e na minimização dos comportamentos disruptivos.

Alvo da atenção de muitos investigadores e da comunidade científica, a PEA continua a estar associada a um conjunto de crenças e preconceitos que têm um impacto negativo na inclusão da pessoa com este diagnóstico. De facto, prevalece ainda a crença de que a PEA representa uma espécie de sentença condenatória e que o diagnóstico significa uma vida alienada e sem oportunidades. Ter PEA não significa não ter objetivos, não ser capaz ou não ser feliz! Ter PEA não significa que se vive num mundo à parte, faz-se parte do Mundo no qual há espaço e se deve valorizar a Neurodiversidade!

No Dia Mundial da Consciencialização do Autismo urge quebrar estes mitos que são autênticas barreiras à inclusão e reconhecer e respeitar as diferenças neurológicas que fazem parte da vida de muitas pessoas e tanto enriquecem o nosso Mundo!

Por: Psicóloga Eva Rodrigues – Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (ARCIL)

Se conheceste uma pessoa com autismo, conheceste uma pessoa com autismo.”

Dr. Stephen Shore

Esta citação enfatiza que existe uma grande diversidade dentro do espectro do autismo. Embora os pontos em comum das pessoas no espectro do autismo incluam diferenças na comunicação, interação social, recetividade sensorial e interesses altamente focados, é importante compreender que a constelação destas características combina de forma diferente para cada indivíduo.

É por isso que, neste espectro, alguns são bons a matemática, enquanto outros podem ser bons em artes, desportos ou escrita – tal como o resto da humanidade. O autismo é apenas uma extensão da diversidade encontrada na genética humana.

Neste dia, urge quebrar mitos que são autênticas barreiras à inclusão, e reconhecer e respeitar as diferenças neurológicas que fazem parte da vida de muitas pessoas e que tanto enriquecem o nosso Mundo.

Hoje, um pouco mais que nos outros dias, celebremos a individualidade de cada um. 💙